Ela sentada, uma árvore, tem um livro mas não lê. Não consegue. Observa rabiscos mais acima e mais abaixo. Não tem mais nada que pés descalsos e um trapo roto de sete anos.
Em casa não há o cada dia. Há o agora e o pior que agora. Ela não entende e vive no seu pequeno paraíso de pensamentos, por cima da onda cheia do arcoíris. Para ela uma folha torna-se o maior príncepe, a flor a mais delicada princesa, e assim faz o seu conto de fadas. Mas ao lado uma velha rabujenta peúga a ser tricotada chicoteia-a com palavras que ela não entende como suas.
Sua cabra desonrada, né? Tu parva de tu mãe, dizia que a tinha deixado aos desenganos do destino.
Mas ela nada mais era do que uns pés descalsos e um trapo roto de sete anos.
Tudo era normal, pois claro, mas que mais conheço eu que não isto? Se me vembuscar um prícipe, deve ser uma princesa, logo é assim que elas vivem.
Eu quero eu quero!
E aqueles pés descalsos e o trapo roto de sete anos ficaram para sempre com sete anos... Pela agulha ferrugenta vermelho de uma peúga velha a ser tricotada.