quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sete Anos

Pela onda cheia do arcoíris uma estrela nada, nas profundezas do azulado, a meio da aurora.
Ela sentada, uma árvore, tem um livro mas não lê. Não consegue. Observa rabiscos mais acima e mais abaixo. Não tem mais nada que pés descalsos e um trapo roto de sete anos.
Em casa não há o cada dia. Há o agora e o pior que agora. Ela não entende e vive no seu pequeno paraíso de pensamentos, por cima da onda cheia do arcoíris. Para ela uma folha torna-se o maior príncepe, a flor a mais delicada princesa, e assim faz o seu conto de fadas. Mas ao lado uma velha rabujenta peúga a ser tricotada chicoteia-a com palavras que ela não entende como suas.
Sua cabra desonrada, né? Tu parva de tu mãe, dizia que a tinha deixado aos desenganos do destino.
Mas ela nada mais era do que uns pés descalsos e um trapo roto de sete anos.
Tudo era normal, pois claro, mas que mais conheço eu que não isto? Se me vembuscar um prícipe, deve ser uma princesa, logo é assim que elas vivem.
Ah pois! elas são eternas sabes? é por isso que hoje todos sabem delas!, Como são eternas?, Elas adormecem, pois para sempre ficam adormecidas nas estórias aldrabadas por cada um. Elas adormecem um lindo sono. Primeiro doi muito muito, a eternidade custa a uma pessoa, mesmo que princesa, dizia a peúga, depois passa logo.
Eu quero eu quero!

 E aqueles pés descalsos e o trapo roto de sete anos ficaram para sempre com sete anos... Pela agulha ferrugenta vermelho de uma peúga velha a ser tricotada.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Sim?

Quando tocas no intocável,
Quando vês o invisível,
Quando respiras o irrespiavel,
Quando provas o improvável,
Quando ouves o som surdo,
Quando dizes sem dizer,
Quando sabes sem saber,
Quando conheces o desconhecido,
Quando o que escrevo já nem faz sentido,
Quando mergulhas num oceano contraditório de sinónimos...

Pensas que percebes mas não percebes.
E só percebes se perceberes que já não percebeste.
E quando ficas feliz por tudo isso.<3