quarta-feira, 23 de abril de 2014

Rebrotar

Sensações crepúsculares que nos encaminham etéreamente a um destino ainda não cruzado.
A uma potencialidade do ser e não ser, uma dúvida singela que se quer e se sente, mas não se tem. Será por esse questionamento do eu que algo tão desconfortável à matéria em estado neutro se torna um conforto incessante dum desconforto permanente? Onde tudo é o que era mas é mais ainda, o que se vê, vê-se um pouco além ou deixa de se ver, e os olhos são cegos ao que não querem.
E ter a noção dessa realidade sem a querer negar, um sofrego pelo afogamento claro em desejo e subtileza. Um suspiro sem ar mas que provoca um alívio desconcertante no plexo e na razão.
Será uma dúvida ou uma certeza? Ou algo deambulante por entre rios desconhecidos e selvagens onde só anda quem se deixa sentir ou a quem não se o permite.
Tudo é um tom óbvio e tosco mas deixa de o ser por que não se quer. E é a modéstia do olhar e a facilidade entre as palavras os elementos conspurcados por um algo mais, que não quer deixar de ver.
Uma esperança algo rasgada que mantém a sua existência no limiar dos sentidos, que prefere permanecer e não cair, mas não descer com receio de sumir.
E depois?

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